sábado, 21 de maio de 2011

Mötley Crüe, 17/05/2011 - Credicard Hall

AVISO: Esse é um relato extremamente pessoal sobre um show muito marcante para mim. Portanto, não terá imparcialidade.

17/05/2011, uma terça feira gélida. E o dia mais esperado desse ano, por mim e por muitos fãs de hard rock, que aguardaram anos para ver o Mötley Crüe pisar em terras tupiniquins. Finalmente, esse dia havia chegado. Depois de três anos de espera (que não são nada, comparados aos fãs antigos que esperaram 27 anos), eles finalmente estariam ali, e era chegado o dia.

A terça-feira não foi interessante: acordei tarde, fui para a escola (que está em greve) votar para o novo diretor e passei em frente ao Credicard Hall na volta. Havia um pequeno grupo de hard rockers na porta, o que aumentou a ansiedade. Almocei e fui trabalhar. Quando voltei, fui tomar um banho e me vestir - foi um dos dias mais frios do ano, e meus casacos quentes não combinavam com a calça de zebra (em um show do Crüe, o dress code é de couro, estampas animalescas como zebras e onças, bandanas e botas). Coloquei minha querida camiseta do Crüe, a calça e a jaqueta de couro. Por baixo da camiseta, minhas mangas de tatuagem falsa, que são bem quentes. Mas eu sabia que não precisaria delas durante o show.

Depois de uma espera torturante, fui para o Credicard Hall, sempre acompanhada do meu pai, fanático por rock. Lá encontrei minha amiga Lena, companhia dos shows de hard rock, e após muita espera, precisamente às 21:30, as luzes se apagam e começa o show da banda de abertura, Buckcherry. Conhecia três músicas deles, mas o som me agradava - o vocalista Josh Todd é muito carismático, engraçado e tem uma performance parecida com a de Mick Jagger e Iggy Pop; a dupla de guitarristas esbanja energia. Porém, o show deles foi extenso - uma hora de duração, e a ansiedade de 90% da plateia era para ver o Crüe. A banda conseguiu divertir e surpreender boa parte dos presentes, e também foi muito aplaudida. O grande problema é que algumas músicas são extremamente repetitivas, nos fazendo perguntar "mas já não tocaram essa música antes?". Só me empolguei verdadeiramente nas duas que eu conhecia, "Crazy Bitch" (música de encerramento) e "Lit Up".

Então as luzes se acendem e começa a preparação para o show do Crüe - já eram 22:30, e a montagem demora cerca de 30 minutos. Às 23:00, finalmente, Nikki Sixx (baixo), Vince Neil (voz), Mick Mars (guitarra) e Tommy Lee (bateria) entram no palco, após 30 anos de carreira sem pisar em nosso país; já desferindo seu primeiro golpe: "Wild Side". A qualidade do som está perfeita, nada atrapalha minha visão, e deixo a razão de lado - sou completamente envolvida pela emoção. As quatro músicas iniciais são planejadas para matar qualquer fã do coração, deixá-lo sem voz, pirar - após "Wild Side", "Saints of Los Angeles", "Live Wire" e "Shout at the Devil", todas executadas à perfeição, considerando o que havíamos ouvido sobre a degradação da voz de Vince Neil pelo tempo. Sim, ele come palavras das músicas, mas demonstra energia durante o show inteiro - aliás, a banda inteira, incluindo o guitarrista Mick Mars, que tem problemas de saúde e mal se move durante o show.

Após a quarta matadora, Vince Neil pega a guitarra e a banda nos despeja mais uma pérola: "Same Ol' Situation", fazendo as garotas dançarem como loucas. Todas as músicas são cantadas com vigor pela plateia, que parece saber todas as letras de cor, pelo menos no setor onde eu estava. O baixista Nikki Sixx vai até o centro do palco e começa o riff inicial que todos conhecemos de cor: "Primal Scream", que para mim serviu para lavar a alma - estava quase sem voz, e decidi gastar o que sobrava dela nesse refrão.

Então, todos deixam o palco, menos Tommy Lee, que conversa com a plateia e dá uma garrafa de Jäggermeister (bebida que ajudou a batizar a banda) para o pessoal da pista VIP: "Vocês tem idade suficiente para isso? Dêem um gole e passem para trás!" Ao vermos o teclado colocado ao seu lado, não temos dúvida - ele volta para seu lugar e começa a introdução de "Home Sweet Home", a balada mais famosa da banda, que faz as lágrimas escorrerem de muitos olhos fanáticos. Provavelmente o momento mais bonito do show, a plateia, juntamente com Vince Neil, cantando "you know I'm a dreamer, but my heart's of gold...". Sem perder o clima relax, mas agitando um pouco, Neil pega novamente a guitarra e começa "Don't Go Away Mad (Just Go Away)". Depois, Mr. Mick Mars fica sozinho no palco e começa um solo pouco virtuoso, mas que faz com que todos nós tenhamos (mais) admiração pelo guitarrista do Mötley Crüe, que no fundo é a alma da banda, e esse é o tempo de recuperar um pouco da voz, porque sabemos que os clássicos definitivos da banda estão por vir.

Dito e feito, Nikki, Vince e Tommy retornam com "Dr. Feelgood", querendo realmente que percamos nossas vozes. Pulamos, suamos, gritamos, sorrimos, extasiados. Éramos parte de uma mágica, um momento único, cuja atmosfera jamais poderá ser recriada. Nikki Sixx vai conversar com a plateia: "MÖTLEY?" "CRÜE!" "TOO YOUNG?" "TO FALL IN LOVE!" - e começa a música que não era tocada há 20 anos e foi incluída no repertório de 2011 da banda, após uma enquete feita por eles mesmos de que música queríamos ouvir no show.

Então, começa o momento mais mágico do show, para mim: os acordes iniciais de "Ten Seconds to Love". Simplesmente a minha música preferida do Crüe, dos nove discos de estúdio, a que eu pensava que poderia ouvir ao vivo apenas nos meus sonhos mais loucos, estava sendo executada pelo meu ídolo definitivo, Nikki Sixx, e uma das minhas bandas preferidas, cujo show eu espero há três anos, NA MINHA FRENTE! SIMPLESMENTE-APENAS-PERFEITO. Gritei até não poder mais, lutava contra a minha garganta, usei qualquer resquício de voz - meus berros dariam inveja à famosa Angela Gossow do Arch Enemy, conhecida por seus berros guturais e assustadores.

Após o momento mágico, uma pausa para respirar: "Smokin' in the Boys Room", a outra escolhida pelos fãs para integrar o setlist de 2011. Não é lenta, mas também não é rápida - perfeita para descansar (um pouco) os nervos após "Ten Seconds". E os 'velhinhos' da banda (Mick Mars é o mais velho, com 60 anos; já Tommy é o mais jovem, com 48) esbanjavam energia, fazendo um show ótimo, sem erros graves, prendendo a atenção de todos os fãs e mostrando que apesar da idade, eles ainda são o Mötley Crüe e estão mais fortes do que nunca.

Então vem o hit absoluto, a música que me fez apaixonar pela banda, a tradução do que significa uma madrugada Mötley Crüana na Sunset Strip: "Girls Girls Girls", fazendo muitas garotas rebolarem como strippers, introduzida pelo som de motos sendo aceleradas e fazendo o Credicard vir abaixo. Após esse momento tipicamente californiano, temos mais uma paulada: "Kickstart My Heart", que tem os versos perfeitos para definir o show:
When we started this band, all I needed was a laugh, years gone by I said we've kicked some ass. When I'm enraged or hittin' the stage, adrenaline rush into my veins, and I say we still kickin' ass...

(Quando nós começamos essa banda, tudo o que eu precisava era de umas risadas, anos depois eu digo que nós arrasamos. Quando estou com raiva ou agitando o palco, adrenalina corre nas minhas veias, e eu digo que nós continuanos arrasando...)
As luzes se apagam, e nós sabemos exatamente o que falta: o bis. Depois de cinco minutos, a banda volta para nos desferir um último golpe: "Looks That Kill", pontuada pelo erro mais grave do show: a segunda estrofe é simplesmente pulada, indo direto para o refrão. Ninguém se importou muito com isso - estávamos curtindo os últimos momentos desse show mágico, que para todos os Crüeheads foi um dos melhores, senão o melhor, que já assistiram.
Postado Por: Cathy

Mötley Crüe, 17/05/2011 - Credicard Hall

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